Não!
Eu não odeio leite, muito menos seus derivados.
Meu
corpo que não reage bem a suas propriedades.
Minha
raiva tem outro alvo.
São
as malas, as cuecas, a impunidade.
O
gastar desmedido com copas, olimpíadas, merenda escolar...
Esse
superfaturar. A cultura do jeitinho brasileiro.
Companheiro
DaMata como isso é verdadeiro.
Como
estamos propensos a vender nossa dignidade.
Como
estamos sempre revoltados no lugar comum.
Vemos
mortes, tragédias, todas anunciadas pela falta de fiscalização, seja em boate,
estádio, hospital e corremos paras as redes sociais. Nelas deixamos uma penúria
de opiniões cheias de discurso e vazias de ações.
Paladinos
de uma justiça covarde. Daquelas de heróis mascarados, pois, nem nossos
vereadores sabemos quem são. E o triste fato é que a maioria deles é bem como
nós.
_
Nós? Dirão.
_
Sim, nós. Responderei.
Esse
nós que aceita propina calado por pouco, barato como tubaína, furador de fila,
conivente com a depredação do patrimônio público. Esse nós da rasteira no
companheiro de serviço, da falta de caráter na fila, do pouco respeito no trânsito,
da intolerância ao diferente, do dogmatismo e da maior de nossa falsa modéstia
culpar o outro.
Desculpe!
Esse nós existe em mim em você e cresce um pouco por dia.
Dirão:
_ Todos fazem!
Não
tenho respostas para isso. Fazem mesmo, eu faço, só não acho certo.
Só
não quero que venham dizer que não beber leite é um problema!
Que
se dane a intolerância a lactose tenho problemas maiores.