quinta-feira, 20 de junho de 2013

Moedas!

 Nos últimos dias tenho lido, discutido, conversado e observado de longe esse grande movimento popular de ir às ruas e fazer-se ouvido. Entre as pessoas com que tenho conversado as opiniões divergem e mesmo quando estão em um mesmo lado tangenciam-se. Existem os que apoiam o movimento e dentre esses, os que apoiam a presidência e os que querem a senhora Dilma fora. Na outra ponta os que não apoiam o movimento por não sentirem-se representados por eles e na mesma medida pude observar pessoas favoráveis e contrarias ao governo atual.
Entre essas pessoas uma me disse uma coisa que tenho pensado com vigor e aqui transcrevo sua fala: “a culpa não é da presidente, mas assim como o Lula ela tem se escondido do enfrentamento, ela deveria vir e dizer. Esperamos dela uma posição”.
Precisamos sim fazer uma análise sobre a década em que somos direcionados pela política petista e tudo o que ela significou. Tenho a impressão que esperávamos há dez anos um governo messiânico na figura do retirante, operário e sindicalista que chegou a presidência. Dizíamos que o Lula era o povo brasileiro e aos poucos descobrimos que não. Por uma série de fatores percebemos que os partidos criam projetos políticos para o país e pior, para a própria legenda, utilizando-se dos mecanismos falhos da democracia. Que o PT tem um projeto de 20 anos para o Brasil é tão verdadeiro como dizer que o PMDB tem um projeto para o MS o que o PSDB tem um para São Paulo, são mecanismo da democracia e, ainda assim, prefiro a democracia a uma ditadura que graças a Deus não presenciei em loco.
O Partido dos Trabalhadores têm gritado aos quatro ventos que ascendeu não sei quantos milhões de pessoas à classe média e têm sido o único partido/projeto político que combateu a pobreza e a miséria, puro discurso político que não é falho, pois há alguns meses na propaganda psdbista o Aécio reivindicou ao PSDB a primazia dos programas de assistência familiar. O que quero dizer é que a politica partidária é “farinha do mesmo saco” e não quero cair nessa vala, acho que mudanças devem ser realizadas. Que as ruas devem sim configurar a MAIOR ARQUIBANCADA do Brasil. Mas, por outro lado, a análise deve ser profunda e não superficial como tem sido.
Por exemplo, circula um vídeo do Ronaldo, ex-jogador de futebol, dizendo que copa não se faz com hospitais, meu amigo, se você já assistiu a uma partida de futebol sabe que ele tem razão, não se joga bola entra macas. Retiramos o contexto das palavras dele para dizer isso ou aquilo. O básico é saber o contexto sempre. Sim podíamos não realizar uma copa e investir esse dinheiro em outras questões básicas, mas essa é uma discussão maior, e não é o citado jogador que têm que respondê-la.
Devemos sim pedir que sejam averiguados os gastos nos estádios quem têm se beneficiado deles e por que o governo não tem realizado questões salutares na vida das pessoas como educação, saúde, transporte e segurança de qualidade e punir que deva ser punido.
O grande problema é que a corrupção é endêmica no Brasil. Não são só os políticos que se beneficiam dela. Quando trabalhamos por 50 reais para eles no dia da eleição estamos fazendo uso da máquina da corrupção e como desculpa dizemos “peguei sim, mas não votei nele” perdemos o direito a discussão, quando estamos em cargos políticos barganhados por apoio estamos fazendo o que? E quando furamos a fila ou tiramos vantagem deliberadamente de alguma coisa pública, poderia continuar citando uma série de outras coisas, mas resumo questionando será que estamos fazendo mesmo a nossa parte?
Cheguei à conclusão que não é por vinte centavos, pois, muitas dessas moedas também estão em nossos bolsos.
 #vempraruamasvenhaporinteiro