O caminho pode não ser a síntese exata do destino. Perdemo-nos em grupos
e nos encontramos sozinhos. Mesmo quando nos encontram sozinhos. Essa solidão
revela um pouco de algo reconfortante. Algo que chamo de caminhos.
Sim. Todos os destinos são válidos quando se caminha. A contra mão pode
ser uma intersecção bem vinda. Alguns dizem ser a mão
misteriosa do destino.
A realidade final é quase poesia. Vivemos um dos últimos tempos. O tempo
da cotidianidade, da liquidez banal em que, usurpando Bauman digo, vivemos vizinhança,
ao passo que a cada dia estamos mais sozinhos.
Sozinhos na realidade perturbadora que nos assola, flácidos, inertes e
procurando. Pena que quem muito procura se perde, e, em algum momento saímos do
trilho. Desta estação chamada vida. E procuramos a compreensão alheia de algo
que nem nós sabemos definir, enfim, isso é viver.