quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Choro ou Riso.

Sempre acreditei que o choro lava feridas.
No poder da redenção.
Na turbulenta calma do amor.
Amor sublime, que acalma, resgata, restaura.
Que cura, fecha fissuras e traz felicidade.
Amor bondoso, o maior dos sentimentos.
Amor que traz livramentos.
Suplicante, insinuante, puro.
Tanto que chorei.
Rasguei meu ser.
Dessa dor que, por mais que queiramos, não tem jeito.
Dilacera, moí, usurpa peitos.
Deixando almas flácidas.
Humanos na inércia.
Com medo de lutar por sensações.
Estranhando irmãos.
Racionalizando as ilusões.
Quem disse que o amor deve ser exato.
Ou tacanho e chato.
Quem deu tal prosódia.
Dizerdes tanto do amor, uma afronta quase imoral.
Incomensurável pensar numa sina por vezes anormal.
Fazer do sentimento.
Um sofrimento puramente banal.
Esquecer que o amor é o maior dos mandamentos,
Fazendo do belo um esquecimento.
De nós distantes.
Ilusões que não servem de atenuantes.
Condições.
Condicional.
Amor sem sabor.
Amor sem sal.
Que tem medo de existir,
Fazendo com que choremos;
Quando desse amor deveríamos rir.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sutil.


Eu gostava
                  Vivia
                         Amava
                                       Ela ria
                                                   Eu Ria
                                 Não minto
               Ele amava
E nada fazia.
Eu a olhava
                     E pra Deus a pedia
                                                    Algo me diz
                                                                       Que ela sabia.
                                                                                               Sim,
                                                                                       Sabia
                                                        Também o amava
                                 Era recíproco
       Só ele não via.

E assim passaram se os dias.
Ambos amavam,
Fazendo deste amor
Uma triste sina.
Ele queria seu sorriso
Ela sua companhia
E a vida tratava de afastar
O que só o amor
Quem sabe um dia
Uniria.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Espera.

Já vai tarde à noite

E ainda assim,

Espero-te.

E quando durmo

Sinto você sobre mim.

Sua mão me acalma.

Fico indefeso

Feito presa esperando redenção.

Não sabes como sofre

Quem sofre destas mazelas do coração.

Destes males da indiferença, da distancia

Solidão.

Que deixa em cacos

Minhas esperanças

Retalhos, paixão.

E quando acordo

Falta-me uma parte.

E tento conviver em paz,

Esperando um remédio

Que me cure

E tire qualquer câncer seu de mim.

Qualquer resquício

Que não me deixa dormir.

Esperando toda noite por alguém

Que não quer vir.