quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Dúvida pertinente!


Era a primeira vez em uma semana que Joana conseguia comer em frente aos colegas. Ainda estava muito envergonhada com os últimos acontecimentos. Houve dias em que esteve aborrecida com seus amigos pela infinidade de formas depreciativas que eles conseguiam chamá-la.
Joana era uma bela adolescente de 13 anos. Estava transformando-se em uma linda garota. Seus cabelos eram negros, sua pele de um branco amendoado e seus lábios apresentava contornos marcantes. Atrevo-me a dizer que em breve tornar-se-ia uma linda mulher.
Algo que não a poupava dos insultos juvenis. Estava se acostumando com os tradicionais novos nomes: Joana Boca de Ferro, Freio de Burro, Boca de Lata. Até seus melhores amigos estavam passando dos limites. Houve dias em que seu único desejo era cavar um buraco fundo na cerâmica azul da sala de aula em que ela passava partes de seus dias, cavar até que a magna a transformasse em pó. Outras vezes queria falar mal, correr, bater, mas só mantinha a cabeça baixa e os olhos vagos, como quem diz: “isso um dia acaba é só não ligar”. E de verdade estava acabando.
Comeu com gosto um lanche vendido na cantina escolar e um suco de maça, a maça deveria ser das vermelhas como sangue, havia algumas bolachas de nata trazidas de casa. Trazia todos os dias algo de sua casa, durante essa semana fatídica quem se beneficio de todo esse infortúnio foi Arthur. Seu amigo roliço, um garoto de traços normais, por outro lado devia ter uns vinte quilos a mais que a maioria dos alunos de sua idade. Ele mais que qualquer outro, sabia como a semana de sua amiga estava horrível. Pareciam mais próximos, mais chegados. Ele estava adorando a companhia dela, sempre os dois por uma semana. A melhor de sua vida.
Ela nunca sentiu que aquele menino que todos zuavam podia ser um amigo tão leal e legal. Achava-o até bonito. Ele por outro lado, nunca teve coragem de aproximar-se de alguém tão popular como ela. Mesmo sendo colegas de classe/amigos desde o jardim, eram distantes. Essa semana eram atrapalhados somente pelos insultos e olhares zombeteiros.
 Quero ressaltar que algumas coisas podem mudar, Joana deixaria de ser o centro das gozações em pouco tempo. Caso não aparecesse outra Boca de lata, orelha de bater bolo, todas as grandes idéias mirabolantes dos meninos do fundo da sala voltariam à rolha de poço, barriga de leitão, etc. Se isso acontecesse, de que lado ficar. Como virar as costas a alguém que passou a exercer em sua vida um papel tão importante? Faltava pouco e ela sabia disso. As colegas estavam reintegrando à antiga amiga. Seria queimação de filme andar com o gordinho.
Os dentes não doíam mais, por outro lado o coração estava aquecido por uma sensação estranha. Acalmava-se somente ao lado de Arthur. O fim de semana estava chegando e com ele um convite muito especial. Um cinema. Como dizer não aquele fofo? Como aceitar e esconder das amigas? Como eram amigas se não estiveram com ela quando ela precisou? Como saber que à hora era essa? Como era estar afim de alguém? Como saber, como fazer? Eram muitas perguntas, estava sem saída. Resolveu correr. Ainda recebeu um SMS do pequeno apaixonado pendido desculpas e querendo recuperar a amizade da semana anterior.
Como responder, ela ainda tinha treze anos!
    
    

domingo, 25 de novembro de 2012

Arte Final


As cores com as quais você me pinta
São sempre escuras.
Será que amo tanto que não sei amar¿
Estar com as rosas é simples.
Queira-me com meus espinhos.
E sim,
O tempo não cura tudo.
E mesmo curando
Demoraria um tempo
Que não tenho.
Tem muitas coisas, inclusive uma vontade
Quase surreal de você.
Mesmo que seus rascunho nunca passem disso.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Síntese



O caminho pode não ser a síntese exata do destino. Perdemo-nos em grupos e nos encontramos sozinhos. Mesmo quando nos encontram sozinhos. Essa solidão revela um pouco de algo reconfortante. Algo que chamo de caminhos.
Sim. Todos os destinos são válidos quando se caminha. A contra mão pode ser uma intersecção bem vinda. Alguns dizem ser a mão misteriosa do destino.
A realidade final é quase poesia. Vivemos um dos últimos tempos. O tempo da cotidianidade, da liquidez banal em que, usurpando Bauman digo, vivemos vizinhança, ao passo que a cada dia estamos mais sozinhos.
Sozinhos na realidade perturbadora que nos assola, flácidos, inertes e procurando. Pena que quem muito procura se perde, e, em algum momento saímos do trilho. Desta estação chamada vida. E procuramos a compreensão alheia de algo que nem nós sabemos definir, enfim, isso é viver.

sábado, 10 de novembro de 2012

A heroína de Pedra

Como ir?
Se o caminho vira trilha.
O firmamento ilha.
E todos os oceanos nos separam.
Cheios de lágrimas.
Imperfeitas, doloridas
Fazendo feridas
De onde deveriam brotar flor, flores, vida.
Veremos tudo?
Ainda saída?
E mesmo perdida,
A heroína de pedra
Continua a me enganar;
Encantar;
Suplicar por um pouco de calor
E uma singela despedida.

 

Breve

Infinito é lugar.
Nele encontro tudo!
Quase minha Pandora.
Ribeirão da memória
Das lembranças
E me apego em seu riso
Nesse mesmo, cheio de malícia.
Antecessor da mordida
E do caminho percorrido por sua língua.
Nele encontro a espera
Essa disforme Quimera
Que teima em nós afastar.
Cabe o meu desejo.
E a estranha forma 
Que me acalmo em seu peito.
Infinito é a certeza de estar
Refém do desejo
E do impoderável.
Que só o instante pode narrar.

domingo, 23 de setembro de 2012

Perda Total



E o que fizemos?
Foi sonho?
Pena que acordamos.
Com olhos marejados.
Sentindo o fel na boca
E pontadas no peito.
Pena que o caminho nos afastou
E o tempo foi sempre um adversário
Que nunca poderemos vencer.
E quer saber?
Doce enjoa,
O fel que transborda em meus lábios
Tem o sabor que nunca teríamos.
E mesmo assim sinto falta dos danos que você me causou.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Com...?


Sou um cafajeste.
Desses incorrigíveis.
Prometo a lua e um buquê.
Das vermelhas ou das brancas.
Prometo canções e poesias.
Não que precise de algo maior que palavras.
Nada do que diga ou faça,
Muda ou mudará o fato de que amanha não ligarei.
A lua esta lá.
Iluminando o céu.
A verdade é que sou cafajeste,
Não um bobo qualquer.
Ela não quer ligação.
Reconhecimento ou amor eterno.
Quer uma noite.
Quer ser eterna.
Dane-se.
Ela é uma atriz.
Todas adoram um cafajeste.
Puro sangue.
Legitimo.
Ela não lembra meu nome.
Fomos um casal?
Não, somos um instante!
Casais não têm isso.
Não que isso não seja relevante.
Sou dos amores de fogo.
Meu ascendente é escorpião.
Minha lua é em julho
Aprendi a paquerar ao som da Legião.

domingo, 16 de setembro de 2012

Didática

No amor aprender não é virtude.
É necessidade!
Você diz que é o fim.
Espera mesmo que essas palavras sejam verdadeiras.
Faz de tudo para sair do atoleiro.
E aos poucos percebe,
Entre soluços e afogamentos.
Estar com água até o pescoço.
E mais, com a boca seca.
Sua garganta aperta.
Seu peito rasga em pedaços tão pequenos,
Que precisaríamos de dias para colá-lo.
Sim. Eu preciso de ajuda.
Preciso lembrar que você.
Que seus olhos.
Seu riso.
Que tudo isso, não faz parte de mim.
Caminhar.
Como me agrada o caminho.
Mesmo que pela noite, sozinho.
Poder passar entre batucadas e cantigas
Por becos, em que,
Anônimos cicatrizam suas feridas.
Que uma parte acabou,
Existem outras.
E essas, continuam vivas.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Contrição.


A porta estava fechada.
Era o lado de fora e fazia frio.
Queria voltar. Precisava voltar.
Ainda existia um resquício em mim.
Uma fagulha por se extinguir.
Uma troca de roupas.
Derradeiro carinho.
A roupa veio.
Pela janela.
Seus olhos cintilavam de uma cor púrpura que não sei distinguir.
Havia ódio.
Isso eu podia ver a quilômetros.
Podia ter enxergado tantas outras coisas.
Me arrependo de algumas.
Irrito-me com outras.
Devia ter olhado mais profundamente em mim.
Só assim poderia descobrir o que existia de nosso.
Com as roupas entre os braços, posso ver, não existia muita coisa.
Com alguma dificuldade percebo:
A falta ainda é vida.
A saudade ferida.
O adeus a metade da partida.
Falta um pouco.
Um copo, um trago e um imenso caminho. 

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O Pato.


Grato como o pato

Mas por que o pato é grato?

Foi uma rima.

Sim,

Foi uma rima.

Mas por que o pato é grato?

Por não ser galinha!

E que mal fez a galinha?

Nada!

Isso é coisa de pato.

Não importa o pato,

Importa a rima.

A galinha também é grata.

Por que a galinha é grata?

Por não ser pata!

Assim é a vida,

Uma alameda florida

Salpicada de espinhos.

E não sabemos se somos pato

Ou galinha.

sábado, 1 de setembro de 2012

Amor maior.


Ontem estávamos no show do Jota Quest, um ótimo show e que não foi melancólico como alguns previram que seria. O ponto alto foi sem a menor dúvida ou engano Quero um amor maior, Amor maior que eu, todos levantaram as mãos como que em oração pedindo a deus que essa canção, a menos um dia, fosse uma verdade absoluta. Um silogismo puro sem qualquer possibilidade de engano ou erro.

Essa busca pelo amor maior me inquietou. Alguns podem dizer que foram as doses de vodka, juro que as duas coisas me deixaram inquietos. Como medir qual amor é maior ou menor? Como vasculhar dentro de sentimentos tão subjetivos uma verdade material tão assertiva. Por mais estranho que pareça tenho a impressão que o amor é material. Sempre há doação, obstáculos, percas e ganhos.

Porém a inquietação não veio do amor maior é justo e muito digno que todos queiram o amor. Um enorme, como todo amor precisa e merecer ser. O motivo da inquietação foi essa busca desenfreada pelo Eldorado da vida o nosso ouro de tolo de cada dia. O que me gerou a estranheza foram tantas pessoas querendo um amor maior que seu próprio ser.

Quero um amor que me ame como eu me amo. Um amor que liberte e não acorrente. Um amor que possa ser simples ou que simplesmente me complete ou me preencha do vazio desse tempo liquido em que fluidos são encarados como jazidas de encantamento.

Quero malhar por mim, viver, sonhar, esperar, lutar e sofrer se necessário, mas sempre por mim. Quantos amores parecem ser tão grandes que esquecemos que somos apenas parte da equação. Não adianta entronizar o outro se a coroa não é tão bela. De que adianta ser o menor no cálculo da paixão. O amor é sempre feito de dois. Assim, quero um amor que não seja maior que nada. Que seja do exato tamanho que todo amor deve ser. O tamanho do instante.   

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Choro ou Riso.

Sempre acreditei que o choro lava feridas.
No poder da redenção.
Na turbulenta calma do amor.
Amor sublime, que acalma, resgata, restaura.
Que cura, fecha fissuras e traz felicidade.
Amor bondoso, o maior dos sentimentos.
Amor que traz livramentos.
Suplicante, insinuante, puro.
Tanto que chorei.
Rasguei meu ser.
Dessa dor que, por mais que queiramos, não tem jeito.
Dilacera, moí, usurpa peitos.
Deixando almas flácidas.
Humanos na inércia.
Com medo de lutar por sensações.
Estranhando irmãos.
Racionalizando as ilusões.
Quem disse que o amor deve ser exato.
Ou tacanho e chato.
Quem deu tal prosódia.
Dizerdes tanto do amor, uma afronta quase imoral.
Incomensurável pensar numa sina por vezes anormal.
Fazer do sentimento.
Um sofrimento puramente banal.
Esquecer que o amor é o maior dos mandamentos,
Fazendo do belo um esquecimento.
De nós distantes.
Ilusões que não servem de atenuantes.
Condições.
Condicional.
Amor sem sabor.
Amor sem sal.
Que tem medo de existir,
Fazendo com que choremos;
Quando desse amor deveríamos rir.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Sutil.


Eu gostava
                  Vivia
                         Amava
                                       Ela ria
                                                   Eu Ria
                                 Não minto
               Ele amava
E nada fazia.
Eu a olhava
                     E pra Deus a pedia
                                                    Algo me diz
                                                                       Que ela sabia.
                                                                                               Sim,
                                                                                       Sabia
                                                        Também o amava
                                 Era recíproco
       Só ele não via.

E assim passaram se os dias.
Ambos amavam,
Fazendo deste amor
Uma triste sina.
Ele queria seu sorriso
Ela sua companhia
E a vida tratava de afastar
O que só o amor
Quem sabe um dia
Uniria.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Espera.

Já vai tarde à noite

E ainda assim,

Espero-te.

E quando durmo

Sinto você sobre mim.

Sua mão me acalma.

Fico indefeso

Feito presa esperando redenção.

Não sabes como sofre

Quem sofre destas mazelas do coração.

Destes males da indiferença, da distancia

Solidão.

Que deixa em cacos

Minhas esperanças

Retalhos, paixão.

E quando acordo

Falta-me uma parte.

E tento conviver em paz,

Esperando um remédio

Que me cure

E tire qualquer câncer seu de mim.

Qualquer resquício

Que não me deixa dormir.

Esperando toda noite por alguém

Que não quer vir.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Ao extremo


Eu quero estar com você.

Fazer das nossas vidas únicas.

Passar preguiçosamente,

Uma eternidade ao seu lado.

Eterno como só o sorriso sincero pode ser.

Preguiçoso como um dia de chuva.

Um café.

Um beijo.

Que o tempo não passe.

Que não existam pretextos para a ausência.

Que nossa única separação seja o abraço que nos une.

domingo, 1 de julho de 2012

Corpos.

A claridade dos corpos nus.
A volúpia do instinto.
Todo o universo conspirando unido.
O amor em estado de graça.
Os corações em sintonia, fundidos,
Numa simetria exata, quase matemática,
Dois em um, pulsando no mesmo instante.
Uma linguagem nova, quase surreal.
Sons distorcidos substituem palavras sucintas.
Por todo o quarto, um cheiro novo no ar.
Cheiro de paixão, de amar.
Uma vontade louca de se entregar sem pressa.
Prolongando o tempo, pela eternidade.
Aproveitando esse momento, único, impar.


terça-feira, 19 de junho de 2012

Entulhos.


Um dia as histórias são pintadas com a cor da verdade.     
E você quer pagar pra ver, mas te falta coragem.
E tudo que realmente fazia diferença,
Caiu da estante e se quebrou.
Entre os cacos estamos nós.
Fingindo estarmos bem.
Quando tudo não caminha
Ou o caminho nos aperta o peito.
E tudo se perde.
As cores se vão.
Escoam no ralo, deixando manchas no chão.
De uma tinta fina.
Densa, amena, sangrenta.
Num trágico quadro de parede barato.
E os olhos já não são os mesmo.
E nos também não.
E tudo muda.
Já não temos todo o tempo do mundo.
E já não nos temos.
Escondidos em nossas próprias gravuras.
Equilibrando cores vivas.
Flutuando na realidade cotidiana.
Do obvio ululante.
De que eu lutaria por você.
Se você não tivesse desistido de nós.
Se não tivéssemos mudado tanto.
Quando eu mais precisei de você.
Entre os cacos de nós mesmos.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Soul Force.

Foto - Jorge Henrique

Há tanta coisa em nós.

E mesmo assim estamos soltos numa alameda única.

Com marquises e tetos de vidro.

Estilhaçadas por pedras de cristais.

Há tanta coisa escondida.

Olhe o que sobrou das nuvens ou do céu, enfim, de nós mesmos.

O que sobrou das nossas almas?

Um infinito eterno.

Um instante sublime maior que nós.

Perpetuo desde sempre.

Desde um cordão umbilical.

Ainda dói;

Mesmo restando tanto de você.

Chegamos à metade do caminho.

O Fim.

Nossas almas.

Um destino.

Apenas deixar o tempo ir.

E perder-se na bussola do querer.

De resto não sobrou muito.

Só uma alma.

Mais sobreviveremos.

Ainda creio ao menos em um de nós.

domingo, 3 de junho de 2012

Instante

Nada pode ser maior
Que a paciência em esperar
Que o amor,
Sempre ele,
O elo fundamental.
Se perca.
Mais que beijos,
Ou desejos.
Te peço a confiança
De um amor sincero
E o respeito
Que dá certeza
Ao peito
Que por mais que
Dure o tempo de um instante
Serei sempre seu.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

A estranha arte do desapego!



Esse? Pergunta ela.


Este mesmo. Respondo eu.


Como seu? Ainda guardo a promessa que o meu seria seu e o seu meu. Vejo suas veias, seu rosto. Um misto de dor, raiva, frustração e alívio. Como se também eu não sentisse o peso do sofrer.


Sim, esse mesmo. Respondo eu.


O silêncio faz do momento sombrio. Não sinto respiração, somos estatuas remanescentes de uma alegoria inversa.


Devolverei. Sentencia ela, depois de um instante lacônico, que em mim durou o tempo que durou o que vivemos.


Ainda te amo! Não era isso que queria dizer, foi isso que minha boca disse. Ainda te amo! Retrucou ela. Seja honesto, se me amasse faria tudo que fez?


Daí em diante foi uma sucessão de palavras todas contrarias as ditas anteriormente. O fim foi um beijo. Como odiei esse beijo. Odiei com um amor irresponsável, com algo ardente e inevitável. No fim só lembrava que a amava com tudo que tinha.


Isso deveria ser o conforto de uma história feliz. Descobriríamos depois que não, não seria desta maneira que resolveríamos nosso problema. Um problema de amar demais. Parece pouco, mais ame além e veja o naufrágio de sonhos e desejos.


Uma vez ouvi que devemos querer o cinco. Cinco é uma boa média, pois, quando conseguirmos um dez estaremos radiantes. Por outro lado, se formos sempre dez as expectativas geradas farão de nossa vida um grande zero.


Tínhamos um amor sete ou oito, erramos ao achar que éramos dez. Deveríamos ser cinco e buscarmos os momentos que valeriam um dez juntos. O que fizemos, egoístas, desumanos em nossa humanidade trouxemos nossos falsos dez para uma relação capenga.


Sua boca tremula deixou a minha, suas lagrimas salgavam de um sabor angelical meus lábios. Tínhamos nosso dez e mesmo assim reprovamos na estranha arte do desapego.


Para não alongar muito, terminamos, mas ainda a amo! 

domingo, 13 de maio de 2012

Sem Freio.

Buscam poder, querem conhecer.
Lutam e não sabem por quê.?
Fazem tudo parecer fácil e interessante, tanto que das entranhas da terra, fazem um negro virar sangue.
Plantam rosas atômicas, quase nipônicas.
Querem paz, e, que ela nasça na guerra, poderes sem regras.
Bárbaro instinto, humanos, símios, boçais.
Entulhos gêmeos de torres irmãs.
Um xadrez glorioso, sem vida.
Como pipas com suas tripas no chão.
Esperanças kamikazes.
Ingratidão.
Por amor, na morte encontrar redenção.
Na utopia da morte o ópio da proteção, na brincadeira humana da guerra, dar a morte uma ocupação.
Diversão silenciosa, buscar almas e sem ter onde pólas escondê-las no porão.
Seres socialmente organizados, avançando sobre todos, blindados, esquecendo que é na diferença que nos fazemos iguais.
No doce sabor da violência refletir sobre fraternidade e paz.
Indícios tribais de nossa civilização.
Vivendo tudo sem opção.
Colhendo plantas mortas sem sabermos a razão.
Sempre colhendo...

Querer.

Querer é tão pouco importante
Posso querer ser diferente.
E quem sabe agente
Unidos querer intensamente,
Querer refrigerante;
Sabe lá,
Querer o mar.
Um por de sol, camarão, limão e sal.
Correr no asfalto, ou quem sabe correr descalço.
E um dia querer felicidade e um pouco de privacidade,
E estar junto por querer ou contra vontade,
Só pra sentir o poder da cumplicidade.
Querer viver intensamente,
E ainda jantar a sete, e,
A quem importa: arroz com feijão,
Ou mesmo manteiga com pão.     
Sim, querer é importante!
Posso querer ser presidente,
Ou simplesmente mais um na multidão
E ser aquele que sem querer acabou de segurar a sua mão.
Querendo querer ter aspiração e ser quem sabe querer tocar violão, viajar conhecer o mundão.
E descobrir que, o que quero mesmo é não ser refém deste amor, dessa paixão e controlar os quereres do coração.         

domingo, 29 de abril de 2012

Quem disse que sou forte?


Eu tenho medo
Que tudo se perca, caía no esquecimento.
Pereça, mofe, embolore.
Que não haja caminhos para seguir.
E o tempo não passe.
Mesmo com necessidade de fugir.
Sem receitas, direção, destino.
Por lugares nunca pisados nos ladrilhos no meu ser.
Ora criança lúdica em crer.
Ora homem feito,
Sem sabe o que fazer.
Tudo muda, todos mudos.
Vivendo por miúdos, trocados por suor.
Na barganha da juventude.
Tendo que escolher, sem opções.
Talvez considerações, quem ser.
Esperando respostas, que não vêem prontas.
Como café.
Torrado, moído, suado, plantado.
Sofrido Café.
Quem sabe pedirei um para nós.
Ou serei melhor que nossos pais.     
Ou ainda subirei mais alto que todos, e, gritarei.
Estou aqui.
São tantas possibilidades.
Sem pódios, troféus.
Que tenho medo.
De chegar, sem ao menos sair.
Debilitado por utopias.
Vendo sonhos serem engolidos.
Pelo monstro da vida.
Indolente, salobra.
Rasgando gargantas.
Só pode mesmo ser a vida.
É a vida.
Quem sabe?
Deixe secar as feridas.
Não tire as cascas ainda.
Pois, não sabemos quem somos.
Quem somos?
Quem?
Quem?
Não sei.
Não existem fortes por aqui.     

sábado, 21 de abril de 2012

Soma




Creio no afago.
     No sorriso com o canto dos lábios.
     Pode ser discreto,
     Fácil ou largo.
     Deixo aos hipócritas
     O sorrir vulgar.
     Falo também dos olhos
     Do singelo brilho
     Que neles há.
     E os que dizem:
     _ Posso explicar!
     Por meio da pura matemática
     A faísca incendiária
     Que se transmutou em paixão.
     Não me esqueço do passado,
     Atado a meus passos.
     Refém do destino, do cancioneiro
     Com harpas e sinos.
     Nascedouro da mais bela
     E esplêndida das canções.
     Nos momentos em que, essa situação
     Misteriosa ocorre.
     Não existe quem possa
     Impedir o coração de gritar.
     Sem leis que impeçam
     Ou prendam por amar.
     Quero ser dos Amantes.
     Amar sem atenuantes.
     E deixo aos normais a função de explicar.
     Quero sentir!
     Aquilo que há
     Para além da matemática.