domingo, 13 de novembro de 2011

Álibi

*Dedicado a Josi Simão. Todos precisamos de um álibi. De algo que nos tire do chão.

Sei que nossos caminhos
Só existem em mim.
Que a ilusão do querer
Tornou-se real
Somente no espelho que em mim tornou-se altar.
Fiz do rabisco nossa biografia.
Sei que você me quis!
Seja sincera me diga
O que aconteceu?
Não me venha com mensagens.
Também não diga que não sou boa para você.
Sou apenas parte da equação.
Quem Manda no desejo?
Como não querer seus lábios, seus beijos?
Esqueço sua hipocrisia
Sigo segura
Deixo-me levar na fantasia.
Sei quem não amamos sozinhas.
Quero ser sua!
Se quiser, ainda pode ser minha. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

É muito bom quando o trem volta à estação.

Talvez, esse post não diga muito a muitas pessoas e peço perdão por isso. Quero ser sincero neste momento com poucos.
A vida mostra muitas vezes que estamos errados, que o caminho escolhido passa por lugares de sofrimento, dor e incerteza. E buscar paz e refrigério em tempos assim torna o pesar constância.
Não que seja o fim, nunca é. Somos movidos por emoções. Seguros que nosso coração estará sempre blindado e por mais estranho que pareça essa segurança será nossa salvação nos dias em que nosso maior desejo é ter um mapa de paredes, desses usados em salas infantis que nos mostra o caminho da estação.
Que os pés me conduzam a você. Que nossa conexão transcenda o físico.
A linguagem humana possibilita tantos desencontros e a eficiência das palavras sucumbi a um ouvido amargurado.
Agora a grande pergunta é, posso?
Posso ver tudo isso acontecer e não me esforçar nem um pouco ou lutar por essa conexão que representa tanto.
Outra possibilidade é aceitar a distância, familiarizar com a ausência em doses que não nos fazem bem.
O bom é que o trem esta de volta, cheios de novas possibilidades, sempre a espera de você. 

domingo, 6 de novembro de 2011

Meu maior presente

Por esses dias, me tomou de assalto um pensamento, de tudo que tenho, qual foi meu maior presente.
Voltando da Universidade, viagem que faço todo dia, e, esse pensamento, como areia e cimento, por algum tempo ficou chapiscado em minha mente. Devo dizer que, por herança cristã, que tenho desde criança, pensei, ao menos esbocei que, o certo seria o maior presente que Deus me deu.
Ainda assim, minha mente estava confusa, embaralhada, turva.
Para elegê-los, coloquei todos os presentes no mesmo saco, os de Deus, os dos homens e todos os outros, que eu e vocês, de imediato possamos escolher. E em um exercício, coloquei-me a meditar.
Presente, não o irmão do meio dos filhos do tempo, esse tipo de presente, também merece pensamento, ainda que hoje, tempo presente, não posso explicar. Falo de presente recebido, por boa ação, por aniversário ou merecido.
Talvez o maior presente que se possa receber é a beleza, quem não a quer? Porém, beleza não dura para sempre. Nesta época em que o belo tornou-se efêmero, quantos Narcisos vemos, desfigurados com duas cores, duas caras e o mais dolorido, sem nenhuma identidade.
Assim, o maior presente é vestir-se bem. Poder dizer que temos ao menos um Armani, um Versace, sempre elegante. Mas dizem que garbo vem de um lugar mais distante, do ventre que nos fazemos elegante.  Uma situação complexa, seja a roupa de marca ou comprada por peça, seu valor deve ser medido pelo conteúdo.
Para muitos poderia eleger a riqueza como o maior presente. E não me venha com essa de que dinheiro não traz felicidade, veja o capitalismo e suas vontades. Preciso dele para fazer parte de um mundo em que os valores estão no que temos e não no que realmente somos.  Ainda assim, sem cuidado, dinheiro acaba. Lembro-me de um conselho de Victor Hugo que diz assim:
‘’ Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.’’
Mais quem é mesmo o dono de mim? Ainda lembro nos dois senhores, e penso na destruição e nos horrores causados pela ganância, o maior de nossos enganos, que nos diga a maçã.
Que outra opção, quem sabe Religião? Do latim reli gare, ligação, conexão.  Mas e meu próximo, meu irmão? Se cristão, mato nas cruzadas, na contra-reforma por devoção. Se islã, por Alá. Que por redenção, em uma luta contra os infiéis, que em sua essência, mesmo admitindo nossa origem no macaco, cristãos, islâmicos, ainda irmãos?
Meu maior presente poderia ser torcer por um time que nunca perde. Esquece, não teria graça. Nunca seríamos o Todo Poderoso, não teríamos brincadeiras e gozações.
Parece que a cada momento fica mais difícil. Como acabar com isso, preciso de um bom presente, ou ao menos, de uma boa ajuda.
Pergunto a minha avó, um grande presente, que não é só meu, do alto de seus anos, qual seu maior presente? Toda sábia, responde, com quase um século de retaguarda, que o maior presente são filhos e netos. Ainda assim complicou meu enredo, em minha condição de neto.  
Eis que surge uma verdade, o maior presente é ter pessoas ao lado, dadas por Deus, pela misteriosa mão do destino ou das escolhas feitas a esmo com carinho. Dois ou vários caminhos como em um furacão, que se encontram no meio do redemoinho.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Marcha




Busco uma definição para a ausência.
Suspiro por algo que me acalme pela manha.
Que me envolva em um manto de aparente continuidade.
Já que por mais forte que pareça
Um edifício construído na dor
Nunca resistirá a tornados e furacões.
A certeza de um novo sol,
Hoje não basta.
Somos parte do teatro dos viventes.
Marionetes em palcos suspensos,
Por entre desfiladeiros e precipícios.
E por mais perto que estejamos
A distância existe.
Parece um erro
Procurar o amor.
Onde não há nada,
Mas de que adianta
Um coração que não sangra.
Sorte tem os incrédulos do amor.
Nunca flutuarão na bruma do sofrimento.
Por outro lado,
Nunca serão arremessados
Contra os corais da Felicidade.